Exportações de calçados: mercado continua em baixa em setembro
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outubro 18, 2023
Franca ainda apresenta números negativos em relação ao ano de 2022 Dados elaborados pelo SINDIFRANCA apontam que as exportações de calçados de Franca continuam em baixa: exportamos cerca de US$ 4,61 milhões em setembro/2023, ante US$ 8,02 milhões em setembro/2022. Uma queda de -42,5% em valor. No acumulado de janeiro à setembro/2023, Franca exportou US$ 54,1 milhões, -20,6% a menos que no mesmo período de 2022, quando exportamos mais de US$ 68,1 milhões. “As exportações de calçados vêm caindo desde o início do ano por diversos fatores. No ano passado, vínhamos aos poucos recuperando espaço perdido nas exportações. Porém, em 2023, alguns de nossos concorrentes voltaram com força, como a China, que estava “adormecida” por causa da política de contenção da Covid, que atrasaram a produção e aumentou seus custos. Agora, a “gigante” está de volta, buscando retomar o mercado de forma contundente. Outro fator em destaque é a desaceleração da economia mundial, especialmente de nosso principal cliente, os Estados Unidos. Sem falar nos problemas domésticos, como impostos, inflação e juros altos, aumentando os custos de produção, que comprometem nosso desempenho lá fora”, diz José Carlos Brigagão do Couto, presidente do SINDIFRANCA. Segundo Brigagão, a estimativa é de encerrarmos o ano com menos de US$ 71 milhões de calçados francanos exportados, uma queda aproximada de 20% em relação a 2022. Brasil Nas exportações nacionais, o cenário também continua negativo: entre janeiro e setembro, foram exportados 90,63 milhões de pares, totalizando US$ 907,17 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-16%) quanto em valores (-8,4%) em relação ao mesmo período do ano passado. Só em setembro/2023, as exportações brasileiras de calçados somaram 8,36 milhões de pares e US$ 84 milhões, quedas de 19% e 23,2%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2022. Os Estados Unidos perderam seu posto de principal destino das exportações de calçados brasileiros, entre janeiro e setembro, para a Argentina: os hermanos importaram 11,8 milhões de pares por US$ 185,36 milhões, mesmo assim uma queda de 11,7% em volume, mas uma alta de 27,6% em valor, no mesmo período de 2022. Os Estados Unidos vêm em segundo lugar, com forte retração. Entre janeiro e setembro, foram embarcados para lá 7,9 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 174 milhões, quedas de 48,4% em volume e de 35,7% em receita em relação aos registros do mesmo ínterim de 2022. Segundo a Abicalçados, os EUA vêm enfrentando uma crise inflacionária, que fez com que os consumidores norte-americanos consumissem menos calçados. Além disso, o Brasil, que tem 1% desse mercado, vem perdendo posições para os asiáticos já há algum tempo. Na terceira posição entre os destinos do calçado nacional, surge a França, para onde foram embarcados 2,23 milhões de pares por US$ 42 milhões, quedas de 57,8% em volume e de 14% em receita na relação com o mesmo intervalo do ano passado. Estados Brasileiros Entre janeiro e setembro, o ranking dos 3 maiores exportadores entre os estados brasileiros permanece; 1.º Rio Grande do Sul: 27,28 milhões de pares, que geraram US$ 418,2 milhões, quedas de 17,8% em volume e de 11,4% em valor no comparativo com o mesmo período do ano passado. 2.º Ceará: 27,2 milhões de pares por US$ 200,88 milhões, queda de 13,5% em volume e aumento de 0,2% em receita na relação com o mesmo período do ano passado. 3.º São Paulo: 5,93 milhões de pares por US$ 85 milhões, quedas tanto em volume embarcado (-26%) quanto em receita gerada (-17,7%). Importações em alta Ao contrário das exportações, as importações de calçados seguem em alta. Entre janeiro e setembro, entraram no Brasil 23 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 348 milhões, aumentos tanto em volume (+13,4%) quanto em receita (+28,2%) em relação ao mesmo período do ano passado. As principais origens seguem sendo os países asiáticos, que respondem por mais de 85% do total de calçados que entram no País. Entre janeiro e setembro, o Vietnã embarcou 7,64 milhões de pares para o Brasil, pelos quais foram pagos US$ 170,44 milhões, aumentos tanto em volume (+26,8%) quanto em receita (+35,2%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Na sequência, apareceram a Indonésia (3,27 milhões de pares por US$ 65,6 milhões, altas de 43% e 42,6%, respectivamente, comparado a 2022); e a China, com 8,45 milhões de pares e US$ 39,17 milhões, queda de 3,7% em volume e aumento de 1,5% em receita. Brigagão faz outro alerta sobre esta questão dos importados: “Houve um aumento de mais de 50% nas importações de calçados do NCM 6403, cabedal de couro, que é em suma, o principal calçado produzido por Franca. Este é um indicativo de que estamos perdendo espaço para os asiáticos em nosso mercado doméstico, em grande parte, por nossa falta de competitividade já que temos uma das maiores cargas tributárias do mundo” analisa Brigagão. Veja o relatório estatístico completo das exportações de Setembro 2023: |