
Queda no consumo internacional impacta exportações de calçados
O cenário internacional tem impactado de forma negativa as exportações brasileiras de calçados nestes últimos meses. No mês de julho, segundo dados apurados pelo Sindifranca, o Brasil exportou 8,18 milhões de pares, representando US$ 101 milhões em valor (quedas de -31,3% e -9,6% respectivamente em relação ao mesmo mês de 2022).
No acumulado de 2023, as exportações brasileiras somaram 72,9 milhões de pares e geraram US$ 727,5 milhões, quedas de -16% e -4,7%, respectivamente, comparado ao mesmo período do ano passado.
Para o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto, a queda nas exportações de calçados é decorrente da desaceleração do ritmo de crescimento da economia internacional, causada pela inflação e altas taxas de juros aplicadas para controle da mesma, o que reduz consideravelmente o consumo. É o caso dos Estados Unidos, que hoje figura como 2.º colocado em exportações dos calçados brasileiros, ficando atrás da Argentina.
Franca
As exportações francanas de janeiro e julho deste ano somaram o valor de US$ 41,9 milhões, queda de -20% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando exportamos US$ 52,4 milhões.
Em julho deste ano, Franca exportou US$ 4,9 milhões, uma queda de -42,2% em relação a julho de 2022, quando exportamos US$ 8,5 milhões.
Os principais destinos dos calçados de Franca foram: EUA (US$ 15,6 milhões), Argentina (US$ 3 milhões) e Colômbia (US$ 2,3 milhões), quedas de -34,4%, -8,8% e 9,1% respectivamente, no acumulado dos 7 meses de 2023.
Estados
1.º lugar: Rio Grande do Sul
Entre janeiro e julho, foram 21,43 milhões de pares, que geraram US$ 328,36 milhões, quedas de -16,6% e de -8,2%, respectivamente, em comparação ao mesmo período em 2022.
2.º lugar: Ceará
Acumulado de 22,4 milhões de pares por US$ 168,2 milhões, queda de -12,7% em volume, e de alta 6,5% em receita, no comparativo com o período correspondente de 2022.
3.º lugar: São Paulo
Exportamos 4,7 milhões de pares por US$ 66,8 milhões, quedas de -24% e -14,2% respectivamente.
Importações em alta
Na contramão das exportações, as importações de calçados seguem em alta. No acumulado janeiro/julho 2023, entraram no Brasil 18,9 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 273,86 milhões, altas tanto em pares (+11,2%) quanto em valor (+34%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
Só em julho, entraram no Brasil 2 milhões de pares por US$ 47 milhões, altas de 34,7% e 81,6%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2022.
As principais origens seguem sendo os países asiáticos:
China, Vietnã e Indonésia: juntos respondem por mais de 86% do total de pares importados no período.
O que chama a atenção é o aumento crescente das importações de calçados do NCM 6403 (calçados com cabedal em couro): 62,3% em valor (US$ 81,4 milhões) e 69,2% em pares (2,5 milhões de pares).
Segundo Brigagão, o aumento das importações de calçados asiáticos, naturalmente, causa preocupação para a indústria brasileira, e no caso dos calçados de couro, preocupa ainda mais a indústria francana. “As importações de calçados de couro acumuladas nestes 7 meses, já somam quase o total exportado por Franca em 2022 (US$ 89,7 milhões). Considerando que Franca é um dos maiores produtores de calçados em couro do Brasil, os números impressionam”, comenta o presidente.
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