Cluster calçadista de Portugal assina “Pacto Verde” em nome da sustentabilidade

Destaques Notícias Sustentabilidade fevereiro 24, 2023

O Cluster de Calçado e Artigos de Pele em Portugal tem a ambição de ser uma “referência internacional e reforçar as exportações, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva”.

Ciente das suas responsabilidades para com a sociedade, o cluster do calçado tem acompanhado o aumento da importância dada ao tema da sustentabilidade. Depois de, em 2019, ter lançado o Plano de Ação para a Sustentabilidade, entre 2021 e 2022 aprovou o financiamento pelo PRR do projeto BioShoes4All para alavancar a transição para a economia bio sustentável e circular (Num investimento total de 140 milhões de euros), em dezembro de 2022 apresentou o Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030, no qual a preocupação com a sustentabilidade está subjacente a todas as propostas apresentadas.

Consciente que o cluster precisa de assumir a sustentabilidade como um dos pilares que nos tornará uma referência internacional da indústria, a APICCAPS e o Centro Tecnológico do Calçado convidaram o setor a mobilizar-se e a publicamente assinar um compromisso verde. O primeiro ato público ocorrerá já no próximo dia 24 de fevereiro, pelas 9h30, no Palácio de Cristal, no Porto, numa cerimónia presidida pelo Comissário Europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius.

Em termos práticos, ao assinar o Compromisso Verde as empresas comprometem-se a trabalhar e contribuir para as metas definidas pelas Nações Unidas e Europa de um planeta com saldo nulo de emissões de carbono em 2050 e uma redução para metade em 2030. Numa primeira fase, serão realizados “Diagnóstico às empresas” – processo que pode demorar entre 6 e 8 meses – passando depois pela “Definição de um plano de ação individual”. A última etapa será concluída com o  “Apoio à monitorização e implementação de todas as medidas”.

Foram identificadas dez aéreas de intervenção prioritárias, nomeadamente “Design”, “Materiais e componentes”, “Eficiência de Materiais”, “Processos Empresariais”, “Economia Circular”, “Aspetos Ambientais e Produtos Químicos”, “Energia Verde”, “Investigação e Inovação”, “Modelos de Negócios” e “Embalagens”.

“Tratando-se de um tema muito amplo e técnico, torna-se fundamental uma cooperação mobilizadora entre empresas, clientes, entidades e, por isso, todas as empresas do cluster foram convidadas a assumir o Compromisso Verde do Cluster do Calçado Luís Onofre. Por esse motivo “todo o cluster do calçado foi convidado e chamado a contribuir para a sustentabilidade ambiental do planeta, desenvolvendo e inovando nos produtos e processos, aumentando a sua eficiência global e circularidade, sendo inclusivo e competitivo”.

As empresas do cluster do calçado e artigos de pele serão inicialmente sujeito à “realização de um diagnóstico inicial” que dará, posteriormente, à “definição de um plano de ação individual” que, em função da situação específica de cada empresa, determinará as ações a desenvolver em matérias como o ecodesign, os métodos para a seleção dos materiais, a redução dos desperdícios, a produção e utilização de energias verdes, ou a implementação de novos modelos de negócios que reduzam a utilização de materiais virgens ou reutilizem materiais de fontes renováveis ou recicladas. Ao longo do processo, proceder-se-á ao “apoio à monitorização e à implementação dos planos de ação”.

Para Reinaldo Teixeira, Presidente do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal, “os desafios e as oportunidades com que o cluster está confrontado em matéria de sustentabilidade são de grande relevância e complexidade. Se não respondermos de modo adequado, as crescentes exigências regulamentares e a atenção que os consumidores dedicam a este tema podem ser uma séria ameaça para o nosso cluster”.  

Até ao momento, 119 empresas, responsáveis por 10.714 postos de trabalho e um volume de negócios de 1 090 milhões de euros subscreveram o “Portuguese Shoes Green Pact”.

Fonte: Portuguese Shoes/APICCAPS