
NOTA À IMPRENSA
O Sindifranca – Sindicato das Indústrias de Calçados da Cidade de Franca, entidade representativa
do polo calçadista de Franca, que historicamente figura entre os mais relevantes do Brasil e da América
Latina, vem a público se manifestar diante da recente decisão do Governo dos Estados Unidos em
impor uma sobretaxa de 50% sobre produtos importados do Brasil.
Entendemos que tal medida afeta de forma transversal toda a economia brasileira, penalizando
indistintamente os diversos setores produtivos. No entanto, como entidade que representa um
segmento altamente exportador, sentimos a necessidade de destacar os impactos diretos e
preocupantes que essa política trará à indústria calçadista de Franca, cuja produção tem forte
vocação internacional. Atualmente, cerca de 40% das exportações de calçados de Franca têm
como destino o mercado norte-americano, parceiro histórico e estratégico de nossas relações
comerciais.
A longeva relação econômica entre Brasil e Estados Unidos sempre foi marcada por respeito mútuo,
cooperação, complementaridade e oportunidades. Reafirmamos a importância de que essa parceria
respeite a soberania entre os países e, que principalmente, seja guiada por critérios econômicos
racionais e sustentáveis, e não por vieses ideológicos ou posicionamentos políticos de curto
prazo, que desconsideram os laços históricos entre os dois países.
Ainda que haja um desequilíbrio na balança comercial — atualmente desfavorável ao Brasil —, o
volume e a qualidade dos produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos evidenciam a
confiança mútua e o espaço consolidado da nossa produção no mercado norte-americano. A
alegação de que há um “desequilíbrio injusto” carece de fundamento técnico, e a imposição de
barreiras dessa magnitude pode comprometer não apenas setores produtivos inteiros, como também
os empregos e a dignidade de milhares de famílias brasileiras.
O Sindifranca apela ao bom senso diplomático e à sabedoria dos líderes de ambas as nações,
para que os princípios do livre comércio e do desenvolvimento sustentável prevaleçam sobre decisões
unilaterais e protecionistas, que desconsideram os devastadores efeitos sociais e econômicos que
certamente virão, caso tal medida seja mantida.
Reiteramos, por fim, que a indústria calçadista de Franca permanece aberta ao diálogo e acredita
firmemente que, com serenidade e visão de longo prazo, será possível encontrar caminhos justos,
equilibrados e benéficos para os dois países.
Franca, 11 de julho de 2025
Toni Hajel
Presidente
Sindifranca – Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca