*FRANCA: exportações de calçados caem pelo 10.º mês consecutivo*

Destaques Estatísticas Exportações Notícias dezembro 11, 2023
Franca:

As exportações de calçados deste mês de novembro/2023 apresentaram mais uma queda, a 10.ª em onze meses, resultando em  US$ 4.779.743,00, cerca de 17,5% a menos que no mesmo mês em 2022, quando exportamos  US$ 5.791.331,00. Apesar de uma queda menor em relação aos últimos 2 meses, o ciclo de quedas consecutivas permanece.

No acumulado de janeiro a novembro, Franca exportou US$ 64.145.152,00, uma queda de 17,7% comparado ao mesmo período de 2022 (US$ 77.894.734,00).

“Em 2022 vínhamos recuperando espaços perdidos no mercado internacional. Mas a queda de 2023 está sendo mais acentuada e constante do que se previa e isso preocupa os calçadistas”, comentou José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindifranca.

Um dos principais motivos para a queda nas exportações dos calçados de Franca está também no desaquecimento da economia internacional, principalmente dos Estados Unidos, o nosso principal destino de calçados, que impactou de forma negativa os últimos embarques. A China vem recuperando seu espaço, aumentando suas exportações à medida que os fretes foram voltando aos patamares de antes da pandemia, tornando seus produtos mais atrativos.

Sem falar que os calçados chineses tem um custo de produção incomparável com os brasileiros, estes que carregam uma das cargas tributárias mais altas do mundo e seguem a legislação trabalhista em vigor. “Essa competitividade é surreal com nossos calçados, não temos como competir de igual para igual sob estas circunstâncias” comentou Brigagão.
Fonte: Sindifranca
 
Exportações Brasileiras

Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e novembro, a indústria calçadista embarcou 110,9 milhões de pares, que geraram US$ 1,09 bilhão, resultados inferiores tanto em volume (-14,2%) quanto em receita (-8,8%) em relação ao mesmo período do ano passado. Já no recorte de novembro, as exportações somaram 8,47 milhões de pares e US$ 87,4 milhões, quedas de 16,3% e 8,5%, respectivamente, ante igual mês de 2022.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que os embarques seguem refletindo o cenário internacional de desaquecimento do mercado, inflação e juros elevados em alguns dos principais destinos do setor. A notícia positiva, no entanto, é a recuperação das exportações para os Estados Unidos, embora seja em função de uma base mais fraca. “Nos últimos meses do ano passado, já estávamos encontrando algumas dificuldades nos Estados Unidos. O crescimento, apesar de ser um alento para o setor, é reflexo de uma base muito fraca”, destaca o dirigente. A concorrência chinesa, que vem aumentando seus embarques no mundo todo, é outro entrave para os embarques nacionais. “Concorrer com a China, um país que produz 5 de cada 10 pares de calçados no mundo, e que promove dumping – preços diferentes no seu mercado doméstico e no internacional -, sem cumprir legislações trabalhistas e de sustentabilidade é muito difícil. No ano passado, com os fretes mais caros, tivemos vantagens competitivas para países geograficamente mais próximos, mas com a normalização do preço perdemos mercado”, explica Ferreira.

Destinos

Entre janeiro e novembro, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi a Argentina, para onde foram embarcados 13,67 milhões de pares, que geraram US$ 216,36 milhões, queda de 9,6% em volume e incremento de 28,2% em receita ante o mesmo período do ano passado. No recorte de novembro, foram embarcados para lá 762,48 mil pares por US$ 13,43 milhões, queda de 2,8% em volume e incremento de 21,3% em receita na relação com intervalo correspondente de 2022.

No acumulado, os Estados Unidos foram o segundo destino do calçado verde-amarelo no exterior. Para lá, foram embarcados 9,73 milhões de pares que geraram US$ 210,48 milhões, quedas de 41,2% e 32,3,%, respectivamente, ante mesmo ínterim do ano passado. Já no recorte de novembro, os embarques brasileiros para lá somaram 1,1 milhão de pares e US$ 19,25 milhões, incrementos de 89,6% e 29%, respectivamente, ante o mês 11 de 2022.

O terceiro destino do produto nacional no ano foi a França. Entre janeiro e novembro, foram embarcados para lá 2,63 milhões de pares, que geraram US$ 53,38 milhões, quedas de 54,8% e 10,3%, respectivamente, ante o mesmo intervalo do ano passado. No recorte de novembro, as exportações brasileiras para a França somaram 143,48 mil pares e US$ 4,35 milhões, quedas de 49,7% e 20,4%, respectivamente, no comparativo com o mesmo mês de 2022.

Estados exportadores

O principal exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul. Entre janeiro e novembro, partiram das fábricas gaúchas 33,15 milhões de pares, que geraram US$ 506,9 milhões, quedas de 16,4% e 10,6%, respectivamente, ante o mesmo intervalo do ano passado. Já no recorte de novembro, as exportações gaúchas somaram 2,68 milhões de pares e US$ 40 milhões, quedas de 13,5% e 13,7%, respectivamente, ante o mês correspondente de 2022.

O segundo exportador de 2023 foi o Ceará. No acumulado do ano, as fábricas cearenses embarcaram 33,96 milhões de pares, que geraram US$ 247,7 milhões, queda de 8,3% em volume e incremento de 1,4% em receita em relação ao mesmo período de 2022. No recorte de novembro, as exportações cearenses somaram 2,7 milhões de pares e US$ 20,86 milhões, incrementos de 20,2% e 25,6%, respectivamente, ante novembro passado.

Na terceira posição entre os estados exportadores aparece São Paulo. Entre janeiro e novembro, as fábricas paulistas exportaram 7,2 milhões de pares por US$ 102,88 milhões, quedas de 28,6% e 20,5%, respectivamente, em relação ao mesmo intervalo de 2022. No recorte de novembro, partiram de São Paulo 555,9 mil pares por US$ 8,5 milhões, quedas de 48,8% e 27%, ante o mesmo mês do ano passado.

Diego Rosinha
Assessor de Imprensa/Press Officer da Abicalçados
Unidade de Promoção de Imagem/Image Promotion Unit
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